sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Portugal

Nada melhor que um regresso a enaltecer as hostes portuguesas! E como eu estou sem tempo houve um brasileiro que o fez por mim, em resposta a uma crónica do Alvim no Jornal I. (mantive os erros, fazem parte) 




'querido alvim, ha um ano resolvi finalizar um documentario e por consequencia, armar minha barraca em lisboa ( sábia decisão ), fiz alguns amigos, conversei com o seu joão da pastelaria do poço dos negros, com a dona lurdes da frutaria da gomes freire, com o nuno taxista de são jorge de arroios, com primos, tios etc e ficou-me a sensação que o grande problema de portugal é justamente na escolha do que se deve falar para sí e para os outros. Venho de uma país sulamericano de terceiro mundo, que viveu crise atrás de crise: cruzeiro, cruzeiro novo, cruzado e por ai vai, mesmo hoje sendo a sexta economia do mundo, posso lhe garantir que tem gente em ipanema que ainda hoje passa fome, sem falar em amigos músicos que tocam com as estrelas da mpb, e que por muitas vezes mal conseguem pagar a conta de luz. no entanto, o brasileiro tem orgulho do seu país, e a alto estima anda quase sempre em alta, com frases que dizem: " o meu time é o melhor do mundo ( mesmo que ele seja o bangu ) , " deus é brasileiro " baiano não nasce , estréia," " moro num país tropical abençoado por deus e bonito por natureza " ...mas afinal: e o sus? ( sistema único de saúde ) que mata milhares de brasileiros por mês em " hospitais" espalhados pelo brasil? e quem passa fome do vale do Jequitinhonha ao leblon? , e o desvio de verba pública ?( na cultura então nem se fala ). No entanto o brasileiro, vai a praia ( de mar ou da beira do rio ) , bate no peito e grita ( muitas vezes sem um dente na boca) e diz : EU SOU BRASILEIRO! ) . E Portugal ? portugal é aquele país que descobriu o mundo pelo mar em caravelas que mais pareciam casquinhas de ovo? o português é aquele " cabra macho" que se jogava ao mar ( de nazaré a sagres ) pra inovar na pesca e trazer a amazonia numa mala para a europa? ...e hoje tem medo de ganhar do atlético de bilbao no futebol? mas o que aconteceu com aquele português que era o “cara”? ...qual seria a solução para a crise? dar um chute no traseiro da troika? ,derrubar passos coelho e cavaco? colocar uma árvore de natal maior do que a da lagoa na marques de pombal? … sinceramente, Portugal tem que falar do que é bom: não apenas do pastel de belém e do vinho do porto, ou do azeite, tem que se orgulhar de ser um país lindo, de estar no centro do globo, cheio de cultura, que tem escritores de mão cheia como fernando pessoa, josé régio, valter hugo mãe, florbela, que tem uma música maravilhosa ( de zeca afonso passando por sergio godinho, palma, ary dos santos, alain oulmann, luísa sobral, zambujo, cuca roseta, gisela joão, ana moura ) que tem um sistema de saúde melhor do que o dos estados unidos da america e de todos os países da américa do sul, do clima maravilhoso, ter orgulho em ser um dos últimos paraísos não globalizados do planeta, de sua beleza natural, dos socalcos do douro, as olarias do alentejo, da joia de sintra aos castelos de monsaraz, ourém obidos, é o país do cristiano ronaldo, do euzébio, da amalia, mas também do pedro , da marta, da sofia, da ana, desse povo que ainda vai a tasca e come com 5 euros, que tem empregado e empregador como melhores amigos. Portugal tem que falar do que é bom! a solução é essa!, apartír dai, tudo melhora,olhar pro mundo ( pra áfrica, pras américas, pra ásia ) e depois perceber que Portugal é o melhor lugar do mundo e apartír dai, buscar soluções, alternativas pra levantar, sacodir a poeira e dar a volta por cima! viva Portugal !'

Pedro von Hafe Leite

terça-feira, 20 de novembro de 2012

E mais uma vez...

...Israel e a Palestina entram em conflito. Voltamos ao mesmo de sempre, uns querem a destruição de outros por questões religiosas, outros querem a destruição de uns porque andar a levar com "rockets" todos os anos é um bocado chato. Não quero estar aqui a dizer quem tem ou não razão, a questão é que eu acho que o mundo tem o apoio posto aonde não deve. Não é difícil de reparar em todo o apoio que a Palestina recebe de muitas organizações de caridade e até outros países. A questão é que esses apoios são controlados por partidos como o Hamas ou a Fatah e acabam por ir alimentar duas coisas, a propaganda religiosa e a "guerra santa". Por outro lado temos Israel a quem a compra de armamento não é de maneira alguma sancionada.
 No meio disto tudo supostamente tínhamos a ONU cujo trabalho seria controlar todas estas questões e como podemos ver falharam redondamente. A Paz no Médio Oriente não é possível enquanto a religião for o motor para tudo o que lá se passa. Desculpem mais uma vez mas a religião é um absurdo da humanidade e não sei como continua com todo este poder.
 Aquelas pessoas não precisam de mediadores que façam a vontade aos seus lideres, o que eles precisam é de algo que lhes abra a mente, da mesma forma que quem os apoia (aos lideres) deveria era mesmo abrir os olhos. Não há nada a ganhar naquela região e a paz passa por uma maior aceitação das diferenças entre povos e não numa aceitação das exigências de quem "manda".

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Um humilde vislumbre de estratégia



Em boa verdade, todos sabemos que não existe uma estratégia a longo prazo, talvez seja esse o verdadeiro factor de medo e que tira a esperança aos portugueses.
Já compreendemos que o único factor capaz de despertar a economia e, consequentemente, mitigar as questões orçamentais de endividamento e das mais diversas moratórias sobre as quais vivemos passa, na sua essência, pelo crescimento das exportações.
As exportações têm vindo a crescer, mas apenas de modo relativo, em termos absolutos ainda não são suficientes para quebrar a tendência recessiva que vivemos. O crescimento das exportações tem vindo a desacelerar, consequência da contracção dos mercados europeus, os principais mercados exportadores de Portugal.
Fica claro que tem de ser feita uma aposta na diversificação de mercados. Isso implica muita coisa. Primeiro, implica maior risco, fora da EU existem regras diferentes de comércio, tarifas e inúmeros outros factores fiscais, legais e alfandegários, bem como entraves diplomáticos e políticos. Tudo isso equivale a um acréscimo de risco considerável e no mundo económico o risco equivale a dinheiro pago em juros sobre investimentos.
Logicamente que esse risco tem que ser suportado pelo Estado, sem fontes privadas com segurança e disponibilidade para suportar esse risco, o Estado, pelo interesse nacional, deve apoiar estas empresas com seguros de crédito competitivos, condições privilegiadas de crédito, apoio burocrático nos países de destino das exportações, formulação de protocolos firmes e estáveis para quebrar as diversas barreiras bem como um estudo que permite conectar canais sustentáveis de distribuição entre os países importadores e Portugal.
Devemos, também, considerar benefícios fiscais, via IRC e TSU, para empresas exportadoras, facilidades de tesouraria em termos de pagamentos fiscais, pois em tempos de contracção do consumo interno, ou seja, o vulgo ajustamento, apenas o crescimento em volume permite diminuir o desemprego, a despesa social e, deste modo, reequilibrar o orçamento.
No entanto, tudo isto implica que haja uma política diplomática pró-activa e sem complexos capaz de jogar dentro da EU, a esfera natural de influência de Portugal, da CPLP e, em menor extensão, na NATO. Porém, para dar um exemplo concreto, pouco está a ser feito para que esta politica seja mais dinâmica e exerça mais pressão, no ano da cultura entre Brasil e Portugal, num mercado estável e com crescimento elevado e em que as empresas portuguesas podiam firmar bases de expansão para os diversos mercados da América latina, a oportunidade cultural falha por não ser vincada o suficiente pelas instituições oficiais de Portugal. Temos de fortalecer laços para poder ter manobra politica e influência suficiente para vencer barreiras proteccionistas do mercado brasileiro.
Fica igualmente claro que, num país pequeno que para crescer tem que se abrir ao mundo, a politica externa não pode ser um mero pormenor e que tem que ser trabalhada arduamente nos programas políticos dos diversos partidos, que não se limite à EU e, para isto, os portugueses tem que deixar de ser provincianos, estar preparados para competir, implicando isso conhecer o mundo global em que vivemos, as necessidades e as oportunidades que nele residem. É preciso que os portugueses tomem consciência da exigência oportuna que devem ter no debate politico e nas eleições em todos os pontos da vida politica, não apenas das questões internas, mas também da politica internacional e das consequências para o nosso país.
A cultura tem que ser uma porta de entrada para os mercados, é essa a mensagem que devemos reter da nossa época áurea: os Descobrimentos. Por isto, não se compreende o desinvestimento na cultura. A cultura devia ser apoiada e direccionada para o exterior, esse seria um cartão de visita para contactos mais firmes e cordiais aos acordos políticos. É na CPLP e nos mercados relacionados com estes países que Portugal deve investir diplomaticamente para as suas exportações poderem crescer, em mercados pujantes, em estabelecer pólos de crescimento orgânico e de distribuição sustentável em diferentes regiões.
Só depois de reajustar o nosso portefólio de mercados é que podemos pensar em investir em novas áreas, reestruturar indústrias, ajustar a capacidade produtiva e reavaliar e analisar as potenciais mais valias que podemos imprimir nos produtos vendidos lá fora.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Sabias que...


Eu gosto de factos, normalmente são desarmantes e as pessoas gostam de os evitar, porque acabam com discussões estéreis e obriga-as a tomar atitudes, a deixar de esconder a cabeça debaixo da areia.










1º Facto da semana: A nacionalização do BPN vai custar até ao final do ano 4 mil milhões de euros, exactamente o que o palhaços que governam este país querem poupar com a 'refundação' do estado social. 2/3 do que o governo vai poupar com os cortes cegos que faz no OE de 2013. 
2º facto da semana: até agora ninguém foi responsabilizado pela falência de origem corrupta do banco.

Maior parte das vezes as questões éticas e morais não passam disso mesmo, e são apenas uma forma de dar o exemplo... Neste caso, usurpou o erário público de uma forma marcante, e os meninos andam a dizer que há funcionários públicos a mais. Pois há, são os conselheiros de Estado. O acabado do Mário Soares, o Jorge moralista Sampaio, o presidente do facebook e aqueles marmelos que aquecem os bancos da AR.

Se o banco foi mal nacionalizado? Não sei, se calhar era preciso para não haver contágio. Mas então se nós salvamos o sistema bancário que dá a mama a pessoas como o Fernando Ul(tra)rich como é que esta personagem vem dizer 'ai aguenta aguenta', mas não há ninguém que passe por ele na rua e lhe dê 3 chapadas e depois diga 'ai aguenta aguenta'?? Se nós salvamos o sistema bancário porque é que eles não ajudam o povo? Porque é que são eles que possuem maior parte da divida pública portuguesa e vão enriquecer à custa disso?

Vamos acabar com esta escumalha, vamos prendê-los, vamos buscar o dinheiro às contas deles estejam em Cabo Verde ou no cu de judas...

O Camilo Engraxador Lourenço já terá pensado nisto?

Pedro von Hafe Leite

A eleição de que o mundo "depende"

 Quem me conhece sabe que pró-americano eu não sou mas reconheço a importância que aquele país tem no destino da economia e paz mundial. Esta terça-feira realizam-se as eleições presidenciais dos EUA e como sempre todo o mediatismo à volta de tal acontecimento não deixa ninguém de parte. Para começar aponto o mediatismo como um problema, as pessoas não deviam votar pela fama e popularidade de um candidato mas sim pelo que fez ou está disposto a fazer. Quando milhares de pessoas deliram com duas palavras do filho ("Vote for daddy") de Barack Obama eu não deixo de pensar que se calhar não é isso que importa. Talvez pior que isso é o candidato republicano Mitt Romney não saber o que fazer a não ser sustentar interesses de terceiros, principalmente no que toca às forças armadas.
 Tendo acompanhado a campanha eleitoral, não deixo de reparar que as pessoas (americanos) acusam Obama de não ter cumprido nenhuma das suas promessas. Ora portanto, com um congresso dominado pelos republicanos é apenas natural (devido à natureza da estupidez humana) que nenhuma lei minimamente decente seja aprovada logo o culpado directo passa a ser, claro está, o senhor Obama. Não que eu apoie claramente o homem mas com tanta burrice do lado republicano eu não deixo de começar a torcer por ele. Por exemplo o ainda presidente quer implementar algo parecido com um serviço nacional de saúde e é tremenda a quantidade pessoas que está contra... Mitt Romney anuncia um aumento do orçamento para gastos militares e ninguém sai à rua em protesto, como é isto possível?
 Com isto quero chegar ao debate (o ultimo entre os dois) que para mim definiu os dois caminhos que o mundo pode seguir, são esses a III Guerra Mundial, ou, uma recuperação lenta e dolorosa da economia ocidental.
  Isto porque a conclusão a que pude chegar foi a seguinte: Mitt Romney quer potenciar as capacidades militares americanas para que o cenário de guerra com o Irão se torne cada vez mais real, ao mesmo tempo decide alertar para o "perigo" que os russos ainda representam. Obama quer potenciar a economia (depois de ter evitado que a mesma colapsa-se totalmente) e resolver através da diplomacia os problemas com o Irão, ao mesmo tempo que sobre os russos apenas tem a dizer a Romeny: "Saia dos anos 80". Depois de décadas em que os europeus deixaram que a economia americana ditasse a saúde da "nossa" economia, temos que ter em conta os nossos interesses e apesar da protecção que Obama deu aos bancos e às agências de rating penso sinceramente que se Obama não ganhar a nossa situação vai piorar ainda mais.

domingo, 28 de outubro de 2012

CHULO!


Chulo, chulo é quem vive à custa do trabalho dos outros!
Ex: 1) quem mantêm emprego, 12º, 13º e 14º mês, recebe salário pago pelos impostos dos outros e ainda vêm exigir aumentos, ou a manutenção de “direitos adquiridos” (como o aumento de salários de função pública e descida do IVA pelo Sócrates só para ganhar eleições)! Quando aqueles que lhes pagam os salários estão a ser despedidos ou lutam para manter as empresas abertas!
Não é Este governo que está mal, o que está e esteve mal nos últimos 30 anos foram TODOS os governos e governantes e o modelo social Português (e Europeu) em que se vivia na esquizofrenia colectiva de que se podia ter eternamente um estilo de vida acima do que a economia produzia, com o dinheiro emprestado dos outros!
Por isso, enquanto não se acabar de vez com o modelo que nos fez ter cá o FMI 3x em 30 anos (quantas vezes mais nos terão que salvar da bancarrota para acordarmos e assumirmos que estamos errados?!) e se terminar com: PPPs ruinosas, subsídios de inserção e de rendimento mínimo (que serve para muitos estarem a viver sem fazer nada), regalias escandalosas que o sector publico tem em relação ao privado, “gestores” públicos que levam empresas à falência e não são condenados por isso, políticos que saem dos cargos e vão para empresas publicas ter “tacho” (ex. ex-presidente da CM Porto que nunca trabalhou no sector energético e foi para quadro da GALP), etc,etc,etc, isto nunca vai mudar.
Assim, chegamos ao ponto em que temos que decidir se preferimos i) manter o excesso de pessoas que vivem á custa do “estado” (estado - todos nós) e continuar na senda da subida de impostos para pagar isso, ou ii) aliviamos o sector publico (despedimos essas pessoas e elas são obrigadas, por necessidade, a produzir para sobreviver) e a carga fiscal sobre o resto da população diminui e permite o retomar da economia? Pois, no fundo é isso que está em causa. Porque quando se diz aquilo com que todos concordam, que há que cortar nas “gorduras do estado” (ex: carros com motorista para gestores e secretários) estamos a dizer que vamos despedir esses motoristas! Mas quando isso é tentado fazer há logo manifestações de opinião contra e os sindicatos vêm-se opor pois estamos a “despedir pessoas”! Se isto não é paradoxal e indicativo de uma sociedade mal estruturada, mas que não quer mudar, e portanto sem rumo, não sei o que será…! 
O que é que VOCÊ vai FAZER em relação a isso?

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Urgência demográfica

Olhando para a realidade presente torna-se difícil, para ainda mais com a cacofonia incessante, prioritizar um plano adequado a questões emergentes com demasiada importância para poderem continuar a ser postas de lado.

Em  http://www.publico.pt/Sociedade/portugal-perde-27-mil-milhoes-por-ano-por-causa-de-jovens-inactivos-1568436 , fica patente que Portugal tem uma proporção de jovens que não emigram, não têm trabalho ou qualquer tipo de formação. Estas massas são altamente voláteis, são jovens e têm expectativas apesar de baixas, ameaçam serem goradas no futuro.

O actual cenário macroeconómico está apenas focado no défice, enquanto que o resto do país espera em vão que a dose de oléo de fígado de bacalhau da austeridade faça algum efeito e que possamos retornar á mesma velha vida do défice e da dívida.

Estes jovens terão o ônus de trabalhar durante quase toda a vida, ter rendimentos muito inferiores aos de hoje praticados, serem sufocados em impostos e contribuições para um estado social moribundo. Mais tarde ou mais cedo irão querer uma família e uma casa e não a poderão ter. Mais tarde ou mais cedo quererão benefícios sociais e não haver dinheiro para os providenciar. Cada vez mais o ócio subsidiado, a criminalidade organizada e a revolta violenta serão as únicas alternativas para o escape emocional de uma geração de frustados e injustiçados. Esta será uma grande ameaça ao estado de direito, á democracia, um grande ninho para a demagogia, para o radicalismo e para o sectarismo e desagregação social.

Os custos sociais desta franja da população já tem custos enormes e no futuro pagaremos uma factura ainda maior: a paz social.


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Negócios á la carte

No seguinte link: http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/relvas-e-ricciardi-escutados-a-conversar-sobre-privatizacao-da-edp-1567305, temos mais uma constatação de sobre o nosso sistema politico e sobre as inexpurgáveis e opacas relações com o mundo económico, ora com quezílias sinistras ou com acordos silenciosos, estas lapas estão tão incrustadas que tirá-las era criar um enorme buraco na nossa normalidade. Aparentemente Relvas é mesmo o tipo diligente por quem todos nós o tomamos, ao ser proactivo nos contactos para a operação de privatização da EDP, fica no entanto a questão: que teria Relvas a dizer, sobre este processo, a uma figura chave de uma entidade financeira que concorria ao processo, que o público não pudesse saber?
Talvez por isso cada vez olhemos mais para estes exemplos com a indulgência que já nos habituamos. Os politicos agradecem e nós também afinal fazemos piadas e pouco mais.

Com este docinho e mais alguns como:  http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/relvas-e-passos-agiram-juntos-para-angariar-contratos-os-documentos-1567295, acabamos por olhar para os politicos como um cão que lambe as suas partes intimas, primeiro achamos nojento e repreendemos o animal mas depois ficamos cansados de tal exercício e até podemos começar a achar piada e dizer algo do genéro: "Eles não o podem evitar, se o poderem fazer então eles irão o fazer".

A fibra de Passos e de Relvas começa a ficar bem conhecida.

Aparentemente pode se pedir tudo a um governo menos para ser integro, parece ser essa a impressão fica de muitas manifestações desde há muitos anos. As pessoas protestam umas vezes com razão e outras sem, na minha humilde opinião, quanto aos seus direitos, esquecendo muitas vezes que são estas atitudes de compadrio de onde o Estado sai, de modo atroz, prejudicado que os impostos se esfumam e os nossos direito e futuro são hipotecados.

Que tal uma manifestação contra este governo e as figuras que lá deambulam? Aliás contra este governo e com todas as figuras que no poder nas últimas décadas usurparam dinheiros públicos. Uma manifestação que se possa apoiar numa premissa fundamental, chamar a sociedade á sua responsabilidade colectiva para exigir algo que não apenas direitos mas integridade naqueles que elege.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Nuno Grande


Ontem morreu o Dr. Nuno Grande, amanhã será o seu funeral.


Se calhar muitos jovens alunos do ICBAS só o conhecem de uma aula de Neuroanatomia. Mas o Nuno Grande é o ICBAS, todo o ambiente que subjaz nesta faculdade deve muito à entrega, à dedicação, à ideologia deste Homem, que quem o conhecia bem o descreve como uma pessoa ímpar! 

Infelizmente eu sou um daqueles que só o conhece através dessa aula e que o conhece através da atmosfera que sempre esteve presente, principalmente nas paredes do 'velho' ICBAS. Por isso deixo-vos com alguns testemunhos de pessoas que o conhecerem melhor que eu, tentando, desta forma, perpetuar o trabalho e a ideologia de uma vida.

Júlio Machado Vaz:

"Mestre e Amigo.

Partiu Nuno Grande. 
Lembro ralhetes carinhosos pelos corredores do ICBAS - "você nunca me fez a vontade...". Com efeito, amei o Ensino em abstracto e os alunos em particular, mas a Cátedra não me atraiu. Ele teve caminho atribulado a caminho da sua, vejo-o a preparar uma Lição - e nunca a palavra se justificou tanto... - em casa de meus Pais, sem me aperceber do que o seu brilho
 faria das notas breves, tomadas em amena cavaqueira. E o Anfiteatro rendeu-lhe a primeira homenagem ouvindo-o num silêncio religioso, para depois rebentar numa salva de palmas entusiástica, quem decretou a Medicina alheia à Cultura? A política universitária é conservadora, todos sabíamos que não ficaria à frente de outro distinto professor, Pinto Machado, a quem devo amizade e paciência evangélica no exame de Anatomia, até o cadáver tinha os nervos em franja..., perante o triste espectáculo dos meus:). Portanto, no que ao mérito relativo dizia respeito, estávamos conversados. Mas, para enorme surpresa indignada, houve votos contra em mérito absoluto. Cheguei a casa e explodi à mesa, o meu querido Velho sorriu com amargura e disparou - "aquele aplauso não ajudou nada...". Ah, as delícias do voto secreto, permite abraçar o candidato que há minutos, com mesquinhez, se maltratou! Momentos e gente houve que, a posteriori, me fazem abastardar o título do programa dos Gatos - "Dizem que é uma espécie de Universidade:(."
Professor Nuno - dê um abraço ao Pai e guarde outro para si. Apertado e grato.."


José Mariano Gago:

"Mas posso testemunhar o papel singular de Nuno Grande, médico e universitário empenhado em apoiar com todas as suas forças o desenvolvimento científico do País. Recordo a presença activa e constante pelo menos desde as Jornadas Nacionais de Ciência e Tecnologia de 1987 e a coragem com que deu a cara em muitos momentos difíceis desde então.

A persistência para a melhoria dos cuidados de saúde, do ensino médico e da investigação, associada à pulsão da intervenção cívica, tornaram-no uma figura singular na sua cidade e no País, e contribuíram, pelo exemplo, para enraizar na sociedade a ideia de que a ciência, toda a ciência, age em nome do bem comum, é indissociável da democracia, da justiça social, da liberdade, e que sem desenvolvimento científico não há futuro."


Bruno Maia:

"Para quem passou 6 dos mais importantes anos da sua curta vida no velho edifício das “Biomédicas”, Nuno Grande não é um ídolo, não é um ícone e não é mito! Nuno Grande é o nome que ecoa nas paredes e nos recantos do edifício e das almas que por ele passaram – quer dizer conhecimento, quer dizer dedicação, quer dizer democracia, quer dizer diversidade do saber, quer dizer partilha e solidariedade no trabalho, na ciência, nas instituições e na sociedade em geral.
Estive na última aula do Professor Nuno Grande antes da sua jubilação – foi-nos falar do nervo facial e de como, sentado no seu sofá, se auto-diagnosticou com um tumor que comprimia aquele nervo e sozinho, sem contar à família, foi ao Hospital de Santo António para ser operado de imediato. Era assim, um Homem que conta uma história simples, que olha a vida com senso, procurando ao máximo a verdade nas coisas, ou melhor, procurando a melhor das verdades pois ele sabia perfeitamente que não há só uma. E mesmo com todo o senso do mundo e o mais racional dos discursos, adivinhava-se facilmente que os olhos brilhavam de entusiasmo tanto quando falava de um nervo craniano como quando falava do perigo da ameaça nuclear."


Fica aqui também um link com um documentário que aconselho a toda a gente, mas especialmente, aos novos alunos de Biomédicas! 
Pedro von Hafe Leite

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Acima das Nossas Possibilidades a Tua Tia


Depois destas medidas de austeridade e um bocado como ‘resposta’ ao último post do blogue queria contestar as constantes afirmações de que os portugueses vivem acima das suas possibilidades.


O que é viver acimas das possibilidades? É gastar mais do que o que se tem? É ganhar 13º e 14º mês?

Portugal é um dos países com menor taxa de natalidade, uma das razoes é as famílias não terem viabilidade económica para ter mais que 1 filho. Portugal é um dos países da EU com combustíveis e transportes mais caros. Portugal e um dos países da EU com electricidade mais cara. Portugal é um dos países da EU com salários mais baixos. Rede de transportes públicos? Só há em duas cidades, o resto é paisagem, as pessoas têm que comprar um carro. Porque compram uma casa em vez de alugar? Só pergunta isto quem vive noutro mundo e não conhece o panorama imobiliário em Portugal… já para não falar do comportamento vergonhoso dos bancos e de outras entidades de credito que quando apresentaram dificuldades, devido em grande parte a actos corruptos, foram ajudados por todos nós, que como vivemos acima das nossas possibilidades temos dinheiro para pagar um bpn tranquilamente. Mesmo com o 13º e 14º mês, inexistente em maior parte dos países da Europa desenvolvida, temos um rendimento anual médio miserável.

Acima das nossas possibilidades a tua tia.

Acimas das possibilidades está o Sr. Catroga que agora está na EDP de cu para o ar, acima das possibilidades está o Dias Loureiro e o Cavaco que saíram incólumes de um dos maiores escândalos de corrupção do seculo XXI, acima das possibilidades está o Miguel Relvas.

Haja mais impostos, nós pagamos para que ninguém passe fome, nós pagamos para que as contas entrem nos eixos, mas por favor acabem com essa conversa, aniquilem estes seres que vêm com essas conversas de café e que dizem que vivemos acima das nossas possibilidades. Acabem com as PPP’s, acabem com as mentiras, acabem com as desigualdades… dizem que se cortarem os salários dos gestores públicos e afins eles saem para o privado. Não saem, porque maior parte das vezes não têm competência para gerir o que quer que seja, vide o António Borges.

Penso até que vivemos abaixo das nossas possibilidades, a economia depende destas pessoas, o consumo e a fluidez económica são essenciais para o crescimento de um país e das suas empresas. Com esta onde toda de crise e de cortes as pessoas não consomem e a economia estagna.

Mas nada temam, o melhor povo do mundo está cá para suportar tudo e para que os mesmos continuem a viver acima das nossas possibilidades, não das deles claro.

Pedro von Hafe Leite

sábado, 29 de setembro de 2012

Manifestações ou "distribuição do mal pelas aldeias"?!


Hoje decorre mais uma manifestação organizada por uma central sindical para protestar contra “esta politica de direita que está a destruir o país”.
Pessoalmente concordo e apoio a democrática manifestação de opiniões e a luta (pacifica) por melhores condições de vida, nomeadamente num momento em que elas se estão a degradar rapidamente.
É por isso que acho que os 14% da população que está no desemprego (muito mais do que os milhares que hoje estão em Lisboa, podiam organizar uma manifestação para protestar contra o facto de uns terem tudo (emprego para a vida, receberem 14 meses de salário apesar de só trabalharem 11, terem subsistemas de saúde e de aposentação, etc, etc, e ainda terem a lata de virem exigir aumentos!!) e outros nada (estarem a ser sugados por impostos crescentes, verem as empresas onde trabalham a fechar, terem o crescente risco de não terem pensões daqui a uns anos, etc, etc.).
È que os sindicatos, e outras forças interventivas, esquecem-se, ou nunca souberam,: i) que o estado não é uma entidade independente, somos nós, o povo, ii) que o dinheiro que o estado dispõem vem dos impostos que cobra a quem produz, iii) que a função pública existe para servir o resto da população, iv) que esse resto da população trabalha para produzir valor exportável ou para que não seja necessário importar.
Só que neste momento, porque nos últimos anos Portugal transformou-se num pais de serviços, já muito poucos produzem mas muitos mais vivem, directa ou indirectamente á custa do estado. Por isso, não é difícil perceber porque é que isto se tornou insustentável!
Contudo, a culpa não é deste governo em particular, é de todos os governos que tivemos desde o 25 de Abril (que p ex. aniquilaram o sector produtivo), dos sindicalistas (que exigiram o que o país não podia pagar e assumem isso agora como “direitos adquiridos”), dos patrões (que pegaram nos fundos europeus e compraram carros e vivendas em vez de investirem nas empresas para as tornarem mais modernas e competitivas), e do povo (que se acomodou a tudo isto e não veio exercer o seu direito democrático de protestar antes de isto bater no fundo só porque tinha “direitos adquiridos” pagos por empréstimos ao exterior a taxas de juro baixas!).
Assim, eu pergunto:
Estão hoje a protestar contra quê e/ou contra quem?!
Querem a queda deste governo para ir para lá quem?!
Não querem esta politica, querem qual?!
Não querem um corte no 13º e 14º mês dos funcionários públicos (que têm emprego, porque não podem ser despedidos), querem que suba que impostos (o IRC das empresas quase falidas para haver mais desempregados do sector privado; do IVA que todos pagamos, desempregados incluídos; do IRS que todos pagamos)?!
Isto é muito simples, não há nem nunca houve dinheiro para o tipo de vida que levamos, assim, temos que reajustar a distribuição do pouco dinheiro existente, e para isso é inevitável que quem tem mais regalias (“direitos adquiridos”) as perca, para que outros não passem tão mal. Como diz o povo “há que distribuir o mal pelas aldeias”, e isso, para alem de acabar com a corrupção, gestores públicos com salários milionários, PPP, regalias de políticos; taxar os bens de luxo, e as grandes fortunas, também passa por terminar com muitos “direitos adquiridos” de muitos de nós para outros de nós possam ter o mínimo: emprego!
O que é que VOCÊ vai FAZER em relação a isso?

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ramalho Eanes

A ser verdade representa a maior chapada de luva branca que vi em toda a minha vida e fica o meu respeito por este Homem:


"Quando cumpria o seu segundo mandato, Ramalho Eanes viu ser-lhe apresentada pelo Governo uma lei especialmente congeminada contra si.

O texto impedia que o vencimento do Chefe do Estado fosse «acumulado com quaisquer pensões de reforma ou de sobrevivência» públicas que viesse a receber.
Sem hesitar, o visado promulgou-o, impedindo-se de auferir a aposentação de militar para a qual descontara durante toda a carreira.
O desconforto de tamanha injustiça levou-o, mais tarde, a entregar o caso aos tribunais que, há pouco, se pronunciaram a seu favor.
Como consequência, foram-lhe disponibilizadas as importâncias não pagas durante catorze anos, com retroactivos, num total de um milhão e trezentos mil euros.
Sem de novo hesitar, o beneficiado decidiu, porém, prescindir do benefício, que o não era pois tratava-se do cumprimento de direitos escamoteados - e não aceitou o dinheiro.

Num país dobrado à pedincha, ao suborno, à corrupção, ao embuste, à traficância, à ganância, Ramalho Eanes ergueu-se e, altivo, desferiu uma esplendorosa bofetada de luva branca no videirismo, no arranjismo que o imergem, nos imergem por todos os lados.
As pessoas de bem logo o olharam empolgadas: o seu gesto era-lhes uma luz de conforto, de ânimo em altura de extrema pungência cívica, de dolorosíssimo abandono social.

Antes dele só Natália Correia havia tido comportamento afim, quando se negou a subscrever um pedido de pensão por mérito intelectual que a secretaria da Cultura (sob a responsabilidade de Pedro Santana Lopes) acordara, ante a difícil situação económica da escritora, atribuir-lhe. «Não, não peço. Se o Estado português entender que a mereço», justificar-se-ia, «agradeço-a e aceito-a.
Mas pedi-la, não. Nunca!»
O silêncio caído sobre o gesto de Eanes (deveria, pelo seu simbolismo, ter aberto telejornais e primeiras páginas de periódicos) explica-se pela nossa recalcada má consciência que não suporta, de tão hipócrita, o espelho de semelhantes comportamentos.
“A política tem de ser feita respeitando uma moral, a moral da responsabilidade e, se possível, a moral da convicção”, dirá. Torna-se indispensável “preservar alguns dos valores de outrora, das utopias de outrora”.
Quem o conhece não se surpreende com a sua decisão, pois as questões da honra, da integridade, foram-lhe sempre inamovíveis. Por elas, solitário e inteiro, se empenha, se joga, se acrescenta- acrescentando os outros.
“Senti a marginalização e tentei viver”, confidenciará, “fora dela. Reagi como tímido, liderando”. O acto do antigo Presidente («cujo carácter e probidade sobrelevam a calamidade moral que por aí se tornou comum», como escreveu numa das suas notáveis crónicas Baptista-Bastos) ganha repercussões salvíficas da nossa corrompida, pervertida ética.

Com a sua atitude, Eanes (que recusara já o bastão de Marechal) preservou um nível de dignidade decisivo para continuarmos a respeitar-nos, a acreditar-nos - condição imprescindível ao futuro dos que persistem em ser decentes.

Texto de Fernando Da Costa

Disseram-me que perante as dificuldades da Presidência teve de vender uma casa de férias na Costa de Caparica e ainda que chegou a mandar virar dois fatos, razão pela qual um empresário do Norte lhe ofereceu tecido para dois. Quando necessitava de um conselho convidava as pessoas para depois do jantar, aos quais era servido um chá por não haver verba para o jantar. O policia de guarda em vez de estar na rua de plantão ao fio e chuva mandou colocá-lo no átrio e arranjou uma cadeira para ele não estar de pé. Consta que também lhe ofereceram Ações da SLN-BPN, mas recusou."








Pedro von Hafe Leite

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Paisidente da República?!


È curioso como sempre que surge uma “crise politica” toda a gente se vira para o PR e espera que ele resolva a situação. Como se ele tivesse uma varinha mágica que resolvesse todos os problemas originados pela incompetente classe politica (a que ele próprio pertence) que nos vem “governando” desde 1974!
Que é que estão á espera que o PR faça, dissolva a AR e convoque eleições antecipadas para que outra corja de políticos oriundos dos mesmo partidos que nos trouxeram até aqui seja eleita e faça o mesmo ou pior que os seus colegas?
Será que acreditam mesmo que os actuais políticos do PS, CDU e Bloco são menos corruptos, mais competentes e/ou sérios do que os do PSD e CDS?!
De onde virá esta necessidade/tradição Lusitana de esperar que o Pai resolva os problemas do país? Será de 800 anos de Pai monárquico, de mais de meio século de Pai tirano ou trauma recalcado de D. Sebastião?
Quando é que adoptaremos a verdadeira essência da condição de cidadãos e passaremos a participar realmente na condução do país assumindo a responsabilidade pelas nossas escolhas, e só depois então os direitos que com ela advêm?
Temos de deixar de reagir quando as coisas correm mal para passar a agir atempadamente para que os problemas não surjam. Pois, como toda a nossa história prova, não é solução mudar um mal por outro, só porque este é mais recente!
E quanto a pagar impostos, podemos estar descansados, pois existirão sempre e serão sempre a subir, independentemente de quem vá parar a S. Bento, porque só “no céu não há IRS”; alegamente!
O que é que VOCÊ vai FAZER em relação a isso?

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Demasiado simples

No último sabádo, todos pudemos constatar aquilo que muitos já há muito previam e que reflecte de modo inequívoco a tal rotura do governo com o povo.

A medida da TSU é em si injusta, inútil e prejudicial á economia portuguesa. Mesmo com as excepções recentemente anunciadas, o efeito prático no desemprego pode ser o contrário ao esperado como sugere um estudo da Universidade do Minho.
No entanto ninguém pode ficar realmente impressionado com mais austeridade até porque os números de execução fiscal indicam claramente um fosso entre o défice real e o objectivo para este ano.

Dizer que austeridade sem crescimento é um espiral que apenas conduz a economia a bater no fundo é um facto. Parece que quase todos tomaram consciência dos sacríficios necessários, de que sofrerimos mais antes de qualquer vestígio real de recuperação.

O que parece é que muitos parecem não estar a ser tratados da mesma maneira no que toca aos sacríficios necessários. A constatação passa pelo facto de que o trabalho deste governo sobre as principais bandeiras de cortar as tais gorduras, extinguir fundações, alienar ou pelo menos controlar empresas públicas com grandes défices, renegociar e sobretaxar PPP passa por uma dúzia de palavras nesse sentido, enquanto que o plano para a TSU e outros impostos/taxas com novo escaloneamento para assalariados, em especial para a classe média está bastante detalhado.
Eu queria mais trabalho sobre a taxação efectiva das grandes empresas e das grandes fortunas pessoais em especial sobre bens de luxo. Porque que é que o luxo não é progressivamente taxado?

Não podemos dizer simplesmente: Não á troika. Sem troika não existe financiamento para o nosso défice ou seja inúmeros serviços fundamentais como saúde, educação ou justiça colapsariam sem recursos para funcionar.

Já por várias vezes mencionei que era preciso crescimento, que as politicas do governo não se deviam cingir ao memorando da troika, era necessário primeiro negociar espaço e tempo para crescer, para aplicar reformas que permitem o crédito e o investimento das empresas para melhorar a sua competividade e não pensar que podemos simplesmente desvalorizar salários ou de alguma forma colocar o fardo de diminuir custos salariais nos orçamentos familiares no limiar da implosão.
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Tal como pensar que reduzir a TSU ou seja os custos do trabalho, uma desvalorização fiscal encapotada, poderia criar mais trabalho porque as empresas podem investir o dinheiro poupado é ingénuo também o é pensar que mandar a troika embora melhora o que quer que seja.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Pedrito Passos Coelho


Lido na 'Ovelha Negra', blogue pessoal de Brissos Lino

'Olá Pedro,
Provavelmente já não nos vemos há coisa de uns 28 anos, quando ambos militávamos na JSD. Eu segui publicidade e tu política, mas pelos vistos nenhum de nós acertou na profissão. Jovens como éramos tinhamos muito pouca noção daquilo que queríamos para o mundo. Sabíamos apenas que uns copos e umas miúdas moldariam a noite e a Terra continuaria a rodar.
Depois o partido mudou, lembras-te? Passou a ser liberal e pouco social. Saí de imediato porque era o sentido social democrata que me movia e não o liberal.
Porém, não é para recordar laivos de juventude que hoje escrevo. Faço-o porque tenho medo. É verdade, medo. Por norma sou um “cagufas” com as doenças, mas actualmente verifiquei que estas alastram para fora do corpo atingindo massas imensas como se de armas químicas se tratasse. Mesmo assim, não é isso que temo. Tenho ouvido as tuas comunicações ao país através da Tv e (sabes que sou um apaixonado por história) não tenho gostado do que ouço e vejo. Preocupa-me, que queres?
É que falas das gerações futuras com muita frequência e da formação do “homem novo” num país arrumado, estruturado, limpo, feliz. Mete medo Pedro. Em 1911 Lenine e Estaline falavam do Homem Novo, dos amanhãs que cantariam. Lembraste dos Gulags, da miséria sovética? Não cantaram!
Em 1933 o prof Salazar também argumentava a favor do novo homem, do Estado Novo, do rigor. Foram 48 anos de rigor e mais de 14.000 mortos a defender rigorosamente terras distantes que curiosamente hoje nos pedes para rever e pisar.
Em 1936, um rapaz austríaco lembrou-se também do Homem Novo, ariano, espartano, puro. Purificou para sempre mais de 54 milhões de pessoas e não foi bonito. Fico por isso assustado quanto te ouço falar de um futuro mais sorridente, das novas gerações.
Mas não só. Acima de tudo quedo perplexo quando irracionalmente à destruição do tecido social deste país. Não é pelo país, é mesmo pelas pessoas. São seres humanos com expectativas criadas pelo seu trabalho e não pelo jogo político ou financeiro. Sabes, entendi até um certo ponto que os governos anteriores deram cabo disto e os seus responsáveis deverão ser criminalizados para além do voto. Por isso respeitei as tuas promessas eleitorais embora não te tenha dado o meu voto…nenhum o merecia ou merecerá. Mas após tantas contradições e arrogâncias quase tenho medo de ti. Melhor, não será medo, mas pena.
Não te queria junto de Estaline, Lenine, Salazar, Hitler e outros tantos que desrespeitaram o seu semelhante. Até acredito que te vás safar disto porque afinal todos o fazem e a culpa morre sempre viúva. Porém, um Homem (novo ou velho) mede-se sempre pela atitude que expressa e a tua é vazia, insensível, cobarde e irascível pois para além de acreditar que acreditas (passe o pleonasmo) nas irracionalidades que apregoas sei também que tas mandam dizer…e isso é o ponto mais baixo a que um Homem pode chegar. Mais baixo mesmo do que aqueles que todos os dias obrigas a arrastar pelas ruas da amargura e miséria. Afinal não tenho medo Pedro. Tenho pena…de ti.
José Carlos
(Via Facebook)'

Pedro von Hafe Leite

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Vamos todos às touradas

 Ora bom dia a quem nos visita, hoje venho-vos apresentar um post menos convencional. Há sempre uma altura do ano em que a guerra das touradas nos bate à porta e nestes últimos dias essa mesma guerra tem atingido proporções épicas, é cavaleiros a carregar sobre populações, é touradas em municípios que as ilegalizaram enfim, uma autentica novela da TVI.
 Ora pessoalmente sou contra as touradas e o argumento do "ah o touro ia ser abatido à mesma para ser comido" ou "também comes carne de vaca e não te queixas da forma como são tratados". Isto tudo é verdade mas eu não uso o argumento "vamos matar o toureiro porque ele mais tarde ou mais cedo também tem que morrer" e não se esqueçam que a maioria da carne que se come vem de animais abatidos da forma menos dolorosa possível, é o nosso sistema alimentar e se assim não fosse se calhar teríamos que nos virar para animais que estão bem onde estão nas suas planícies e florestas.
 Acho que o maior problema das touradas é mesmo o facto de ninguém torcer pelo touro, fica tudo preocupado com o toureiro quando fica gravemente ferido ou com o cavalo que de nada tem culpa, mas, do nobre animal que é o touro (como os entusiastas o tratam) ninguém tem pena e aplaudem quando sai a rasto da arena. Isto é estranho porque um animal nobre merece ter uma claque, então o que proponho é muito simples. Comecem a organizar grupos para assistir às touradas, não levem cartazes nem protestem com nada enquanto lá estiverem mas sempre que o touro dê uma valente cornada levantem-se todos a aplaudir como se de um golo do "Cristiano" se tratasse e naquele momento em que toda a gente está preocupada com o toureiro levantem-se e cantem uma música do género "E O TOIRO É O NOSSO GRANDE AMOR!!" não há maior teste à hipocrisia dos aficionados do que esse, é que acreditem que os aplausos iam deixar as pessoas desconfortáveis mas o cântico ia fazer com que se atirassem a vocês com unhas e dentes o que iria certamente provar que ali o animal não interessa e poderia ser qualquer um, até um gafanhoto, porque as pessoas o que querem é ver o ser humano por cima do animal e acreditem que nós já fazemos isso de muitas outras formas horríveis esta é apenas uma das quais que poderiam simplesmente acabar.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Food Inc. - Um documentário para os fortes de estômago

Por estes dias assisti a um documentário de seu nome "Food Inc." que retrata a industrialização da alimentação nos Estados Unidos e as consequências que esta teve na vida dos seus cidadãos, principalmente na questão da saúde.
Não deixa de ser chocante que as duas maiores associações governamentais de segurança alimentar sejam geridas por antigos presidentes, assessores, advogados, consultores das 5 maiores empresas da industria alimentar daquele país.
 Para vos deixar alguns dados por exemplo, em 30 anos passaram-se de cinquenta mil inspecções sanitárias anuais aos locais de produção de bens alimentares para apenas nove mil inspecções anuais. Estas empresas fazem anúncios públicos de emprego no México para contratar mão de obra barata, estes trabalhadores ao encontrarem-se em situação ilegal são perseguidos pelo governo até à sua expulsão do país sem qualquer consequência para a empresa que os contrata. Alimentos geneticamente modificados não têm obrigatoriedade de serem rotulados como tal, por isso qualquer alimento deste género passa como produto "natural".
 A industrialização da alimentação na Europa, mais concretamente no nosso país vai evoluindo e infelizmente começamos a encontrar alimentos que talvez não devessem ser "temperados" de forma tão "elaborada". Mesmo assim uma maçã não é mais cara que um pacote de batatas fritas e o controlo efectuado aos alimentos é a meu ver bem mais rigoroso, os nossos rótulos contêm bem mais informação e pela lei os alimentos geneticamente modificados devem ser rotulados como tal. Alimentos orgânicos continuam também a ser mais ou menos uma constante no prato dos portugueses. Para que possam tirar as vossas próprias conclusões deixo-vos o link para o documentário.

http://vimeo.com/30620523

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Balanço


'O mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança.'

Daqui a 8 dias as minhas férias acabam e eu continuo no meu curso, a passos largos para a sua conclusão.

E as pessoas continuam a queixar-se, eu continuo a queixar-me, mas continuamos todos orgulhosamente serenos.

Os impostos aumentam, os salários diminuem, mas podia ser pior, hoje em dia não temos que trabalhar de sol-a-sol na agricultura e se não tivermos trabalho temos sempre o subsidio de desemprego, e se não tivermos o subsidio de desemprego temos sempre o rendimento social de inserção, e se não tivermos o rendimento social de inserção podemos sempre roubar, na prisão dão-nos comida e roupa lavada e se tivermos umas massas ainda podemos ter um plasma… Quer dizer, se tivermos umas massas nem vamos presos, mas sempre é melhor que antigamente em que havia uns bufos e o pessoal ia preso por discordar, e eu agora posso discordar, posso ir insultar os políticos todos para as caixas de comentários dos jornais, sou livre como o caraças!!  Mas dantes era lixado, tinham que partilhar uma sardinha para sete, agora são sete sardinhas para cada um.

Mas no tempo do Salazar é que era! Não havia ladrões, piavam todos fininho, agora mata-se por qualquer coisa, deve ser da playstation e da coca-cola, que até corrói ossos em copos, nem quero imaginar o que faz ao cérebro desta juventude que está à rasca.

A culpa é tua que votaste no Sócrates, a culpa é da tua tia que pediu um empréstimo para a casa e agora está falida, a culpa é do teu cunhado que tinha uma empresa que foi à bancarrota, a culpa é do tio-avô do amigo do meu vizinho que fugia aos impostos, o sacana. Minha? Não é de certeza! Sou um mouro de trabalho, faço o que me mandam, baixo as orelhas a tudo e, às vezes, nem vou votar porque está calor e o solzinho ainda não paga imposto e eu tenho que me bronzear para as fotos do facebook.

Os impostos aumentam, o desemprego aumenta, os corruptos aumentam, a china compra a edp, a respsol e a galp brincam com as pessoas, os passes deixam de existir para os jovens estudantes, a classe média e as PME’s desaparecem, mas o pessoal continua a respirar e vamos sobrevivendo, ou não… Mas se morrem também já não têm problemas, que no céu não há IRS.

Pedro von Hafe Leite


terça-feira, 28 de agosto de 2012

O que me faz questionar a guerra?

 Antes de mais deixem-me dizer que não é o meu desejo ver guerra espalhada por todo o mundo. Mesmo assim tenho que admitir que por alguma razão desde muito jovem me interesso por estudar o tema.
 Desde a pré-história até aos dias de hoje a humanidade entrou em vários conflitos bélicos pelas mais variadas razões, desde cultura a religião, desde assassinatos a dinheiro, nós o ser humano conseguimos mesmo provar que a racionalidade apenas nos permite matar o próximo de forma mais eficiente.
 O que mais me perturbava no meio disto tudo era  não saber o porquê de tanto fascínio pelo tema, tinha a certeza daquilo que não era a razão que me levava a estudar tal assunto apenas não sabia o que me levava a fazê-lo.
 Já vi os mais variados documentários, já li textos que ocupariam livros, também há os trabalhos de ficção que não devem deixar de ser levados a sério. Sempre que me encontro num desses momentos de estudo tento imaginar-me em qualquer uma das situações apresentadas e mais importante de tudo tento tomar uma decisão, desde o soldado ensanguentado que durante 8 horas não largou o posto para que os seus companheiros não morressem, desde o agricultor que simplesmente tentava não ser morto por nenhum dos exércitos que combatiam, ou o soldado americano que para viver teve que matar um adolescente que era soldado alemão e até mesmo o padeiro português que ficou "retido" em Angola porque a UNITA precisava de pão, entre muitas outras situações. De todas as vezes eu me questionava se seria capaz de fazer o mesmo, se faria de forma diferente, são perguntas que provavelmente nunca poderei responder mas  por querer fazer essas mesmas perguntas eu não abandonava esse meu interesse até que se fez um "clic" na minha cabeça, a guerra leva-me a questionar a minha própria humanidade e mesmo parecendo fácil e até óbvio dizer isto acreditem que não é.
 Não é fácil dizê-lo porque a maioria das pessoas se limita a questionar e a julgar a (humanidade) daqueles que cometem os actos sem nunca se colocarem na mesma situação. Espero que algum dia todos nós possamos saber aquilo que nos leva a questionar a nossa humanidade, o mundo bem que precisa.

domingo, 26 de agosto de 2012

É o emprego, estúpido

Nos anos 90 Bill Clinton dizia: "it´s the economy, stupid", o homem que consegui reduzir o desemprego nos EUA para níveis apenas vistos no pós-guerra, reestruturou todo o gigantesco passivo da segurança social e o buraco orçamental. Tudo isto cortando os privilégios fiscais efectivos sobre as classes altas, promovendo altas de impostos ás grandes corporações, incentivo ao crédito à economia real para criação de pequenas empresas. Estas e muitas mais medidas permitiram reduzir o desemprego, recriar uma classe média, diminuir a criminalidade galopante, reequilibrar o poder económico com o poder governamental. Tudo isto depois de meia década de crescimento incipiente.

O Bill percebeu que para criar riqueza é preciso emprego, é preciso aumentar a produtividade, a procura, o investimento público e privado, no fundo o governo tem que assumir uma tarefa fundamental, encurtar o fosso social, reequilibrar os poderes na sociedade e na economia e redistribuir riqueza via impostos e incentivos.

Perguntam-se porque pagamos até 45% em rendimentos de trabalho e porque rendimentos de capital e rendas pagam apenas 7 a 12% de impostos? Porque as louvadas PME pagam 22% impostos e as grandes empresas com offshore e outras vias conseguem pagar apenas 5 a 7 % efectivos? Perguntam-se porque são dadas amnistias fiscais aos detentores de fortunas milionárias para maiores encaixes enquanto capotes de PPP, BPN e BPP roubou preciosos recursos financeiros?

Mas acima de tudo perguntam-se se o desemprego é em si um mecanismos dos neoliberais para que de modo rápido, tecnicamente não ilegal, e encapotado possam descer os salários sempre som a ajuda do aumento da precariedade laboral, transferindo todo o poder e margem de manobra para o patronato, acabando com o último mecanismo de defesa dos trabalhadores, a contratação colectiva?