segunda-feira, 2 de abril de 2012

Desemprego Medicina

Na última Assembleia Geral da AEICBAS, na semana passada, discutiram-se temas como a redução do numerus clausus e a problemática da ausência de vagas pra especialidade para todos os estudantes de medicina que acabaram o 6º ano. É importante relembrar que estes estudantes por decisão da Ordem dos Médicos só têm autonomia depois do primeiro ano de especialidade. O que implica que quem não tiver vaga pra entrar na especialidade tem que ir trabalhar para caixa do modelo ou para um call center, sem desprimor pra estas profissões, mas são 6 anos demasiado caros para os nossos pais e para o Estado. Demasiado extenuantes para serem deitados ao lixo por irresponsabilidade dos nossos ‘responsáveis’ governamentais.


Uma opinião veiculada durante a AG foi a necessidade de tentar explicar à opinião pública, que se demonstra constantemente contra nós, a realidade dos factos e a necessidade de tomar atitudes urgentemente. E, correndo o risco de me repetir no tema dos posts, senti a necessidade de voltar a falar neste assunto.

Ora se era verdade, ou ainda é, que há falta de médicos isso deveu-se a um número de vagas para medicina demasiados baixo. A solução seria aumentar essas vagas até um certo número, alguns estudos referem 1400, mas o que aconteceu foi isto:








Uma subida exponencial e cega que continua a aumentar. Se em 2006 (6 anos depois de entrarem para a faculdade) eram cerca de 600 e em 2011 cerca de 1300 novos médicos para a especialidade em 2014 podem ultrapassar os 2000. É lógico que 2000 médicos a sair todos os anos das faculdades vai originar um excedente que não é desejável. Podem argumentar que há desemprego em todas as profissões, mas nenhuma precisa de 2 anos de experiencia para ser considerado apto pra exercer a profissão sozinho. Também podem afirmar que se continua a ter que importar médicos de países da América do Sul, mas isso tem que ser visto como uma medida que a curto prazo se demonstrará desnecessária, devido ao aumento exponencial de estudantes de medicina já referido.

Desta forma espero ter feito a minha parte, partilhem a informação e reflitam sobre a mesma antes de escrever comentários idiotas e obtusos nas caixas de opinião dos jornais on-line.


Pedro von Hafe Leite