domingo, 28 de outubro de 2012

CHULO!


Chulo, chulo é quem vive à custa do trabalho dos outros!
Ex: 1) quem mantêm emprego, 12º, 13º e 14º mês, recebe salário pago pelos impostos dos outros e ainda vêm exigir aumentos, ou a manutenção de “direitos adquiridos” (como o aumento de salários de função pública e descida do IVA pelo Sócrates só para ganhar eleições)! Quando aqueles que lhes pagam os salários estão a ser despedidos ou lutam para manter as empresas abertas!
Não é Este governo que está mal, o que está e esteve mal nos últimos 30 anos foram TODOS os governos e governantes e o modelo social Português (e Europeu) em que se vivia na esquizofrenia colectiva de que se podia ter eternamente um estilo de vida acima do que a economia produzia, com o dinheiro emprestado dos outros!
Por isso, enquanto não se acabar de vez com o modelo que nos fez ter cá o FMI 3x em 30 anos (quantas vezes mais nos terão que salvar da bancarrota para acordarmos e assumirmos que estamos errados?!) e se terminar com: PPPs ruinosas, subsídios de inserção e de rendimento mínimo (que serve para muitos estarem a viver sem fazer nada), regalias escandalosas que o sector publico tem em relação ao privado, “gestores” públicos que levam empresas à falência e não são condenados por isso, políticos que saem dos cargos e vão para empresas publicas ter “tacho” (ex. ex-presidente da CM Porto que nunca trabalhou no sector energético e foi para quadro da GALP), etc,etc,etc, isto nunca vai mudar.
Assim, chegamos ao ponto em que temos que decidir se preferimos i) manter o excesso de pessoas que vivem á custa do “estado” (estado - todos nós) e continuar na senda da subida de impostos para pagar isso, ou ii) aliviamos o sector publico (despedimos essas pessoas e elas são obrigadas, por necessidade, a produzir para sobreviver) e a carga fiscal sobre o resto da população diminui e permite o retomar da economia? Pois, no fundo é isso que está em causa. Porque quando se diz aquilo com que todos concordam, que há que cortar nas “gorduras do estado” (ex: carros com motorista para gestores e secretários) estamos a dizer que vamos despedir esses motoristas! Mas quando isso é tentado fazer há logo manifestações de opinião contra e os sindicatos vêm-se opor pois estamos a “despedir pessoas”! Se isto não é paradoxal e indicativo de uma sociedade mal estruturada, mas que não quer mudar, e portanto sem rumo, não sei o que será…! 
O que é que VOCÊ vai FAZER em relação a isso?

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Urgência demográfica

Olhando para a realidade presente torna-se difícil, para ainda mais com a cacofonia incessante, prioritizar um plano adequado a questões emergentes com demasiada importância para poderem continuar a ser postas de lado.

Em  http://www.publico.pt/Sociedade/portugal-perde-27-mil-milhoes-por-ano-por-causa-de-jovens-inactivos-1568436 , fica patente que Portugal tem uma proporção de jovens que não emigram, não têm trabalho ou qualquer tipo de formação. Estas massas são altamente voláteis, são jovens e têm expectativas apesar de baixas, ameaçam serem goradas no futuro.

O actual cenário macroeconómico está apenas focado no défice, enquanto que o resto do país espera em vão que a dose de oléo de fígado de bacalhau da austeridade faça algum efeito e que possamos retornar á mesma velha vida do défice e da dívida.

Estes jovens terão o ônus de trabalhar durante quase toda a vida, ter rendimentos muito inferiores aos de hoje praticados, serem sufocados em impostos e contribuições para um estado social moribundo. Mais tarde ou mais cedo irão querer uma família e uma casa e não a poderão ter. Mais tarde ou mais cedo quererão benefícios sociais e não haver dinheiro para os providenciar. Cada vez mais o ócio subsidiado, a criminalidade organizada e a revolta violenta serão as únicas alternativas para o escape emocional de uma geração de frustados e injustiçados. Esta será uma grande ameaça ao estado de direito, á democracia, um grande ninho para a demagogia, para o radicalismo e para o sectarismo e desagregação social.

Os custos sociais desta franja da população já tem custos enormes e no futuro pagaremos uma factura ainda maior: a paz social.


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Negócios á la carte

No seguinte link: http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/relvas-e-ricciardi-escutados-a-conversar-sobre-privatizacao-da-edp-1567305, temos mais uma constatação de sobre o nosso sistema politico e sobre as inexpurgáveis e opacas relações com o mundo económico, ora com quezílias sinistras ou com acordos silenciosos, estas lapas estão tão incrustadas que tirá-las era criar um enorme buraco na nossa normalidade. Aparentemente Relvas é mesmo o tipo diligente por quem todos nós o tomamos, ao ser proactivo nos contactos para a operação de privatização da EDP, fica no entanto a questão: que teria Relvas a dizer, sobre este processo, a uma figura chave de uma entidade financeira que concorria ao processo, que o público não pudesse saber?
Talvez por isso cada vez olhemos mais para estes exemplos com a indulgência que já nos habituamos. Os politicos agradecem e nós também afinal fazemos piadas e pouco mais.

Com este docinho e mais alguns como:  http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/relvas-e-passos-agiram-juntos-para-angariar-contratos-os-documentos-1567295, acabamos por olhar para os politicos como um cão que lambe as suas partes intimas, primeiro achamos nojento e repreendemos o animal mas depois ficamos cansados de tal exercício e até podemos começar a achar piada e dizer algo do genéro: "Eles não o podem evitar, se o poderem fazer então eles irão o fazer".

A fibra de Passos e de Relvas começa a ficar bem conhecida.

Aparentemente pode se pedir tudo a um governo menos para ser integro, parece ser essa a impressão fica de muitas manifestações desde há muitos anos. As pessoas protestam umas vezes com razão e outras sem, na minha humilde opinião, quanto aos seus direitos, esquecendo muitas vezes que são estas atitudes de compadrio de onde o Estado sai, de modo atroz, prejudicado que os impostos se esfumam e os nossos direito e futuro são hipotecados.

Que tal uma manifestação contra este governo e as figuras que lá deambulam? Aliás contra este governo e com todas as figuras que no poder nas últimas décadas usurparam dinheiros públicos. Uma manifestação que se possa apoiar numa premissa fundamental, chamar a sociedade á sua responsabilidade colectiva para exigir algo que não apenas direitos mas integridade naqueles que elege.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Nuno Grande


Ontem morreu o Dr. Nuno Grande, amanhã será o seu funeral.


Se calhar muitos jovens alunos do ICBAS só o conhecem de uma aula de Neuroanatomia. Mas o Nuno Grande é o ICBAS, todo o ambiente que subjaz nesta faculdade deve muito à entrega, à dedicação, à ideologia deste Homem, que quem o conhecia bem o descreve como uma pessoa ímpar! 

Infelizmente eu sou um daqueles que só o conhece através dessa aula e que o conhece através da atmosfera que sempre esteve presente, principalmente nas paredes do 'velho' ICBAS. Por isso deixo-vos com alguns testemunhos de pessoas que o conhecerem melhor que eu, tentando, desta forma, perpetuar o trabalho e a ideologia de uma vida.

Júlio Machado Vaz:

"Mestre e Amigo.

Partiu Nuno Grande. 
Lembro ralhetes carinhosos pelos corredores do ICBAS - "você nunca me fez a vontade...". Com efeito, amei o Ensino em abstracto e os alunos em particular, mas a Cátedra não me atraiu. Ele teve caminho atribulado a caminho da sua, vejo-o a preparar uma Lição - e nunca a palavra se justificou tanto... - em casa de meus Pais, sem me aperceber do que o seu brilho
 faria das notas breves, tomadas em amena cavaqueira. E o Anfiteatro rendeu-lhe a primeira homenagem ouvindo-o num silêncio religioso, para depois rebentar numa salva de palmas entusiástica, quem decretou a Medicina alheia à Cultura? A política universitária é conservadora, todos sabíamos que não ficaria à frente de outro distinto professor, Pinto Machado, a quem devo amizade e paciência evangélica no exame de Anatomia, até o cadáver tinha os nervos em franja..., perante o triste espectáculo dos meus:). Portanto, no que ao mérito relativo dizia respeito, estávamos conversados. Mas, para enorme surpresa indignada, houve votos contra em mérito absoluto. Cheguei a casa e explodi à mesa, o meu querido Velho sorriu com amargura e disparou - "aquele aplauso não ajudou nada...". Ah, as delícias do voto secreto, permite abraçar o candidato que há minutos, com mesquinhez, se maltratou! Momentos e gente houve que, a posteriori, me fazem abastardar o título do programa dos Gatos - "Dizem que é uma espécie de Universidade:(."
Professor Nuno - dê um abraço ao Pai e guarde outro para si. Apertado e grato.."


José Mariano Gago:

"Mas posso testemunhar o papel singular de Nuno Grande, médico e universitário empenhado em apoiar com todas as suas forças o desenvolvimento científico do País. Recordo a presença activa e constante pelo menos desde as Jornadas Nacionais de Ciência e Tecnologia de 1987 e a coragem com que deu a cara em muitos momentos difíceis desde então.

A persistência para a melhoria dos cuidados de saúde, do ensino médico e da investigação, associada à pulsão da intervenção cívica, tornaram-no uma figura singular na sua cidade e no País, e contribuíram, pelo exemplo, para enraizar na sociedade a ideia de que a ciência, toda a ciência, age em nome do bem comum, é indissociável da democracia, da justiça social, da liberdade, e que sem desenvolvimento científico não há futuro."


Bruno Maia:

"Para quem passou 6 dos mais importantes anos da sua curta vida no velho edifício das “Biomédicas”, Nuno Grande não é um ídolo, não é um ícone e não é mito! Nuno Grande é o nome que ecoa nas paredes e nos recantos do edifício e das almas que por ele passaram – quer dizer conhecimento, quer dizer dedicação, quer dizer democracia, quer dizer diversidade do saber, quer dizer partilha e solidariedade no trabalho, na ciência, nas instituições e na sociedade em geral.
Estive na última aula do Professor Nuno Grande antes da sua jubilação – foi-nos falar do nervo facial e de como, sentado no seu sofá, se auto-diagnosticou com um tumor que comprimia aquele nervo e sozinho, sem contar à família, foi ao Hospital de Santo António para ser operado de imediato. Era assim, um Homem que conta uma história simples, que olha a vida com senso, procurando ao máximo a verdade nas coisas, ou melhor, procurando a melhor das verdades pois ele sabia perfeitamente que não há só uma. E mesmo com todo o senso do mundo e o mais racional dos discursos, adivinhava-se facilmente que os olhos brilhavam de entusiasmo tanto quando falava de um nervo craniano como quando falava do perigo da ameaça nuclear."


Fica aqui também um link com um documentário que aconselho a toda a gente, mas especialmente, aos novos alunos de Biomédicas! 
Pedro von Hafe Leite

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Acima das Nossas Possibilidades a Tua Tia


Depois destas medidas de austeridade e um bocado como ‘resposta’ ao último post do blogue queria contestar as constantes afirmações de que os portugueses vivem acima das suas possibilidades.


O que é viver acimas das possibilidades? É gastar mais do que o que se tem? É ganhar 13º e 14º mês?

Portugal é um dos países com menor taxa de natalidade, uma das razoes é as famílias não terem viabilidade económica para ter mais que 1 filho. Portugal é um dos países da EU com combustíveis e transportes mais caros. Portugal e um dos países da EU com electricidade mais cara. Portugal é um dos países da EU com salários mais baixos. Rede de transportes públicos? Só há em duas cidades, o resto é paisagem, as pessoas têm que comprar um carro. Porque compram uma casa em vez de alugar? Só pergunta isto quem vive noutro mundo e não conhece o panorama imobiliário em Portugal… já para não falar do comportamento vergonhoso dos bancos e de outras entidades de credito que quando apresentaram dificuldades, devido em grande parte a actos corruptos, foram ajudados por todos nós, que como vivemos acima das nossas possibilidades temos dinheiro para pagar um bpn tranquilamente. Mesmo com o 13º e 14º mês, inexistente em maior parte dos países da Europa desenvolvida, temos um rendimento anual médio miserável.

Acima das nossas possibilidades a tua tia.

Acimas das possibilidades está o Sr. Catroga que agora está na EDP de cu para o ar, acima das possibilidades está o Dias Loureiro e o Cavaco que saíram incólumes de um dos maiores escândalos de corrupção do seculo XXI, acima das possibilidades está o Miguel Relvas.

Haja mais impostos, nós pagamos para que ninguém passe fome, nós pagamos para que as contas entrem nos eixos, mas por favor acabem com essa conversa, aniquilem estes seres que vêm com essas conversas de café e que dizem que vivemos acima das nossas possibilidades. Acabem com as PPP’s, acabem com as mentiras, acabem com as desigualdades… dizem que se cortarem os salários dos gestores públicos e afins eles saem para o privado. Não saem, porque maior parte das vezes não têm competência para gerir o que quer que seja, vide o António Borges.

Penso até que vivemos abaixo das nossas possibilidades, a economia depende destas pessoas, o consumo e a fluidez económica são essenciais para o crescimento de um país e das suas empresas. Com esta onde toda de crise e de cortes as pessoas não consomem e a economia estagna.

Mas nada temam, o melhor povo do mundo está cá para suportar tudo e para que os mesmos continuem a viver acima das nossas possibilidades, não das deles claro.

Pedro von Hafe Leite